Não me lembro quem disse, pela primeira vez, que as melhores estórias tratam de pessoas comuns em situações extraordinárias ou pessoas extraordinárias em situações comuns. Este tipo de narrativa nos aproxima mais dos protagonistas pois, no primeiro caso, passamos a acreditar que aquilo poderia acontecer com qualquer um e, no segundo caso, temos a revelação que somos todos humanos, com acertos e erros, não importando nossas origens e capacidades.
Com a popularização da cultura nerd, ao se separar o joio do trigo fica muito fácil saber quem são as boas cepas desta colheita.
Neil Gailman, Alan Moore, Warren Ellis, entre outros, sempre nos presentearam com estórias de semideuses ou grande heróis, nas situações mais adversas, quase sempre discutindo nossa existência em obras que nos aproximam mais destes seres. No começo deste século, esse estilo de "narrativa trivial de personagens épicos" começou a render bons frutos mesmo nos mundos clássicos das principais editotas de HQ, tendo bons exemplos na DC na minissérie Crise de Identidade e na Marvel na série Ultimate (Millenium, no Brasil).
Nas séries de TV, esta fórmula básica faz o sucesso de Lost, já com a terceira temporada finalizada e Heroes, que finalizou a primeira temporada. Para quem ainda não assistiu a esta última, está perdendo tempo em conhecer "pessoas comuns que, de repente, descobrem que são especiais". Mas, não se preocupem, pois o box DVD da primeira temporada sai aqui no Brasil em agosto.
Já, no cinema, eu poderia citar vários bons exemplos, mas deixo-os à mercê de J.J.Abrams (produtor e principal roteirista de Lost) e sua nova produção, ainda sem título, sobre um ataque de monstro à Nova York. Seria somente mais "filme-de-monstro-que-destrói-a-cidade", não fosse a seguinte peculiaridade: ele será todo filmado com câmeras amadoras, usando a perspectiva dos cidadãos. Confiram:
http://www.cinemaemcena.com.br/frm_Trailers_Detalhe.aspx?ID=6434Zé